Pular para o conteúdo principal

Entenda sobre as tradicionais roupas usadas pelos homens árabes


Os homens muçulmanos, assim como as mulheres, também têm vestimenta própria. Embora pareça uma longa peça única de tecido branco, o traje é muito mais do que isso e possui história e significados muito ricos. Quando estive em Dubai, conversei com uma pessoa que me explicou os detalhes.

Os homens não devem usar objetos de ouro ou seda.

Os turbantes e túnicas usados hoje nos países árabes são quase idênticos às vestes das tribos de beduínos que viviam na região no século VI. “É uma roupa que suporta os dias quentes e as noites frias do deserto”, afirma o xeque Jihad Hassan Hammadeh, um dos líderes islâmicos no Brasil. A partir do século VII, a expansão do islamismo difundiu esse vestuário pela Ásia e pela África, fixando algumas regras. A religião não permite que os fiéis mostrem em público as “partes íntimas” – para os homens, a região entre o umbigo e o joelho; e, para as mulheres, o corpo inteiro, exceto o rosto e as mãos. Por esse motivo, as vestes não podem ter nenhuma transparência nem serem justas a ponto de delinear o corpo. “Essas partes só podem ser vistas pelo cônjuge e alguns familiares. Dentro de casa, portanto, veste-se qualquer roupa”, diz Jihad. Existem também normas para diferenciar a aparência feminina da masculina. Os homens não devem usar objetos de ouro ou seda.

Recomenda-se também que tenham barba, para distanciar-se ainda mais da estética feminina e assemelhar-se aos antigos profetas. Entre os religiosos xiitas, há o costume de vestir preto, em sinal de luto pela morte, em 680, de seu patriarca Husayn, filho de Ali, o quarto califa, que consideram sucessor legítimo de Maomé.

Agora, compartilho com vocês.

Gahfiya (Ghafiya ou Gafirah)

CRÉDITO: MOEFAKHRO.TUMBLR.COM

Pequena touca branca usada para prender o cabelo dos homens e manter o Ghtrah (veja abaixo) no lugar. Pode ser feito de tecido ou de uma trama parecida com o crochê.

Ghtrah (Guthra ou Gutra) 

CRÉDITO: COMMONS.WIKIMEDIA.ORG
CRÉDITO: COMMONS.WIKIMEDIA.ORG

O tradicional lenço usado na cabeça. De formato quadrado e feito em algodão, ele é dobrado como um triângulo e colocado sobre o Gahfiya com a dobra na parte da frente. Existem muitas maneiras de amarrar o lenço na cabeça e você poderá conferir algumas delas nas ilustrações.

Igal (Agal ou Ogal)

CRÉDITO: HILALPLAZA.COM
CRÉDITO: HILALPLAZA.COM

Sabe aquela “cordinha” preta de duas voltas que você sempre vê no topo da cabeça de um árabe? Então, isso é o Igal. A peça é feita de lã de camelo ou de ovelha, tramada para formar uma corda. O Igal é utilizado sobre o Ghtrah e o Gahfiya e diz-se que, antigamente, ela auxiliava os beduínos a amarrar os pés dos camelos para que eles não fugissem.

Kandoora  ( Kandura, Thobe ou Dishdasha)

CRÉDITO: ALNASHAMAUAE.COM
CRÉDITO: ALNASHAMAUAE.COM

É como se chama a tradicional túnica, usada por homens. A peça, sempre com manga longa e comprimento até o tornozelo, pode ser encontrada em diversas cores e materiais. Normalmente, os tons mais claros e os tecidos mais leves são utilizados durante o verão, para refletir a luz do sol e garantir o conforto térmico. Já no inverno, as peças passam a ser mais escuras e confeccionadas em tecidos mais densos. Os modelos de Kandoora diferem ligeiramente de região para região, no Golfo. As diferenças são sutis para quem é de fora, então confira as explicações (essa parte, quando me explicaram, eu de fato não compreendi… Por isso procurei um desenho! Rsrs).

ACESSÓRIOS

Tarboosha

CRÉDITO: ALMADANIGROUP.COM
CRÉDITO: ALMADANIGROUP.COM

É a “cordinha”, parte da roupa tradicional masculina. Esse adorno era originalmente usado como laço ao redor do pescoço, ou colocado nos botões das kandooras. Dizem que as mulheres o teciam exclusivamente para os seus maridos como uma forma de expressar seu amor por eles. Com o passar do tempo, elas começaram a fazê-lo para seus filhos e, assim, o acessório começou a ser usado por todos.

Bisht

CRÉDITO: ALNASHAMAUAE.COM
CRÉDITO: ALNASHAMAUAE.COM

Confeccionada em lã de camelo ou de cordeiro, a peça era usada nos velhos tempos sobre a Kandorra para mostrar sinal de riqueza. A utilidade assemelha-se à da Abaya das mulheres: proteção da roupa contra areia, sujeira, etc. Hoje, o bisht é usado em funções oficiais ou comemorações – como casamentos –  e pode ser encontrado tanto em tons claros quanto escuros.

Na – Aal

CRÉDITO: ALNASHAMAUAE.COM
CRÉDITO: ALNASHAMAUAE.COM

Tradicional sandália de couro usada pelos homens muçulmanos quando estão em suas vestimentas tradicionais.

Os turbantes

Eles e as túnicas são quase idênticos às vestes das tribos de beduínos que viviam na região no século VI. É uma roupa que suporta os dias quentes e as noites frias do deserto. O turbante já era utilizado no Oriente muito antes do surgimento do islamismo. Consiste em uma longa tira de pano – que, às vezes, chega a 45 metros de comprimento – enrolada sobre a cabeça. As inúmeras formas de amarrá-lo compõem uma linguagem: o turbante indica a posição social, a tribo a que a pessoa pertence e até o seu humor naquele momento.

Para as mulheres, a história já é outra…

Mas, para não complicar demais, vou deixar pra contar uma outra vez!

 

Atualização

Do amigo Luis Chumpitaz

“Quando estive no Irã, aprendi que os turbantes usados pelos imãs / aiatolás podem ser pretos ou brancos. Os pretos são usados por aqueles que são considerados descendentes de Maomé. Os brancos são para os estudiosos mas que não têm essa ‘ascendência nobre’ “.

Vestidos a rigor

Simbolismo das roupas de origem árabe varia conforme a região.

 

 

 

Fontes:

Skeikh Mohammed Centre for Cultural Understanding ,

Luis Chumpitaz 

ilustrações traduzidas do Brownbook

vivimetaliun.wordpress.com


Sigam nossas Redes Sociais!

                              

© Copyright 2020 - 2021 Um Olhar Mundo Árabe  Comunicação e Participações S.A.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

'Apaixonado pela cultura árabe': por que Abu Dhabi está atraindo estudantes dos EUA

Estudantes visitantes compartilham suas experiências no campus e incentivam colegas a ingressar na universidade aqui Uma universidade em Abu Dhabi está atraindo um número cada vez maior de estudantes dos EUA, que vieram à capital em busca de uma experiência multicultural e expressaram suas intenções de retornar para viver e trabalhar aqui. Este resultado reflete o programa de Educação Global da Universidade de Nova York em Abu Dhabi, que se tornou um componente essencial da missão educacional e do currículo do campus. Os estudantes visitantes enfatizaram que agora estão incentivando seus amigos e colegas do campus principal em Nova York a visitar os Emirados Árabes Unidos e vivenciar seu ambiente rico, multiétnico e multicultural. “Uma das coisas que mais amo neste campus é o forte senso de comunidade. Contei a muitas pessoas sobre ele (campus) e até inspirei vários amigos a virem para este campus. A comunidade da qual você se torna parte aqui é realmente especial', disse Isai

A vida trágica da rainha Farida do Egito

Quando o Rei Farouk do Egito escolheu a Rainha Farida para ser sua esposa, as pessoas esperavam uma verdadeira história de Cinderela. Ele a arrancou do conforto de sua família de classe alta com promessas de joias abundantes, riquezas e uma existência real. No entanto, logo ficou claro que ela não era a garota mais sortuda do Egito, pois seu marido a desprezava por não ter filhos e logo sua vida devastadora se transformaria em uma história trágica. Sua mãe trabalhava para a família real egípcia! A Rainha Farida era filha de um juiz poderoso, Youssef Zulficar, e de Zainab Sa'id, sua esposa. Seu nome de nascimento era Safinaz Zulficar e, graças à sua educação, ela tinha amigos em altos cargos desde muito jovem. Sua mãe era dama de companhia da Rainha Nazli, o que significa que sua família era afiliada à realeza egípcia, fator que acabaria mudando sua vida para sempre. Em 1973, Farouk, o filho adolescente de Nazli Sabri, tornou-se o novo rei do Egito. Farid