Riqueza
Justamente por sua localização incomum, a tumba de Tutancâmon, descoberta em 1922, estava lacrada, com seu interior intacto. Sem ter sofrido nenhum saque ao longo dos séculos, a câmara ainda preservava toda a riqueza que foi colocada nela: um tesouro apropriada ao enterro de um Faraó, o que nunca havia sido visto antes.
Haviam mais de cinco mil peças, entre elas jóias, armas e esculturas. Mas o mais impressionante de tudo era a quantidade de ouro que tinha sido deixada ali. Um dos mais célebres exemplos dessa abundância foi o próprio caixão do Rei Tut, que era feito de folhas grossas de ouro batido, um objeto que hoje, caso fosse vendido, teria um valor superior a 5 milhões de reais.
“Detalhes do aposento emergiram lentamente da névoa, animais estranhos, estátuas e ouro – por toda a parte o brilho do ouro”, escreveu Howard Carter mais tarde, o egiptólogo que fez essa que foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do século 21.
Além de deixar todos admirados com seu esplendor, os objetos encontrados na tumba do Faraó menino também serviram para ajudar os arqueólogos a entenderem melhor como funcionava a vida no Egito Antigo, ou ao menos a vida dos governantes. Um conhecimento, por sua vez, que possui valor inestimável.
Reinado
É possível dizer que o Rei Tut teve mais relevância em sua morte que em sua vida. Por ter assumido o trono ainda uma criança, muitas das decisões tomadas em seu reinado não vieram do Faraó, e sim de conselheiros reais e figuras importantes no Egito Antigo, como o Grão-Vizir Ay. Ao que tudo indica, durante boa parte do período em que Tutancâmon ficou no poder, ele foi apenas um fantoche.
Também vale notar que em 1332 a.C., quando Tut se tornou Faraó, o império egípcio passava por uma crise. Seu pai recém-falecido, Akhenaton, teria sido um grande responsável por ela, inclusive.
Isso porque Akhenaton decidiu, de súbito, acabar com o politeísmo do Egito, escolhendo um deus até então considerado menor, Aton, como a principal divindade que deveria ser cultuada dali em diante. Para tanto, o Faraó também ordenou que imagens de todos os outros deuses fossem destruídas, algo que não caiu bem nem com a população, nem com a poderosa casta de sacerdotes do reino.
Com o menino Tutancâmon, o politeísmo egípcio foi restaurado, aliviando as tensões começadas por seu pai, e as relações do império com outras civilizações foram retomadas, algo que também havia sido negligenciado durante o reinado anterior.
Fama após a morte
A razão por trás da morte de Tut é incerta, existindo mais de uma teoria para o acontecimento. A primeira que surgiu foi de que o jovem teria sido assassinado, porém isso foi desmentido mais tarde. Atualmente, os pesquisadores acreditam que uma fratura na perna do Faraó, feita em uma caçada ou talvez em uma queda de carruagem, poderia ter gerado complicações fatais.
No fim, contudo, os feitos do Rei menino durante sua vida não importaram tanto para a História quanto a coincidência de sua tumba ter sido encontrada lacrada. Seu ouro, o caixão único, a máscara mortuária, os objetos excêntricos: foi esse o grande legado de Tutancâmon, sua glória póstuma.
Reconstrução do Rosto de Tutancâmon.
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