Foram detidos 10 suspeitos de envolvimento no crime.
Reconheci os criminosos quando os vi. Tentei escapar mas apanharam-me, levaram-me até uma área abandonada, cortaram-me as mãos e arrancaram-me os olhos. Deus deu-me forças para suportar aquilo que aconteceu". Foi desta forma que Saleh, adolescente de 16 anos, descreveu a violência de que foi alvo na última terça-feira na cidade de Zarqa, a aproximadamente 30km da capital da Jordânia, Amman. Estava a caminho da padaria quando foi surpreendido pelos membros das autoridades. Ao Sada El balad, afirmou: "Colocaram a minha mão em cima da mesa e acertaram-me com um machado várias vezes. Puseram uma lâmina afiada nos meus olhos e eu gritei 'Deus é grande'". É de realçar que, depois de cortados com objetos afiados, os braços foram guardados em sacos de plástico e enviados à mãe do rapaz, como divulgou o órgão de informação Gulf News, do Dubai.
Exigindo a necessidade de uma intervenção policial mais forte para travar os cidadãos que cometem crimes e aterrorizam a sociedade, Abdullah II, rei do país, está solidário com a vítima e a sua família. Segundo o Gulf News, o governante acompanhou "pessoalmente a operação de segurança", e exigiu que fosse providenciado "o tratamento necessário à vítima". Ao jornal Roya News, Mabrouk Al Suraiheen, diretor do Zarqa Government Hospital, garantiu que o rapaz se encontra fora de perigo. O profissional de saúde esclareceu que os sinais vitais do jovem estão estáveis e que o mesmo se encontra "em boas condições" apesar das "lesões graves" que sofreu. Sabe-se igualmente que um dos braços foi amputado a partir do pulso e, o outro, desde o antebraço, tendo sido sujeito a quatro cirurgias no espaço de 24 horas.
As agressões violentas terão sido cometidas por vigança. Em declarações a um jornal local, uma testemunha adiantou que um familiar da vítima tinha matado uma pessoa próxima dos elementos do grupo, e que terá sido por isso que o jovem foi alvo do ataque, que ficou gravado em vídeo, que depois foi partilhado nas redes sociais.
Porém, as autoridades da Jordânia proibiram a circulação das imagens por "conterem cenas cruéis e horríveis". Em declarações à CNN árabe, o porta-voz da Diretoria de Segurança Pública da Jordânia deixou claro que "o vídeo do crime de Zarqa não deve circular, ser publicado ou partilhado", acrescentando que "publicar e partilhar o vídeo requer punições oficiais por violação das leis".
Na rede social Twitter, circula uma fotografia de dois dos suspeitos envolvidos no ataque com a descrição "Estes são dois dos monstros que cortaram as mãos ao miúdo de 16 anos, em Zarqa. O mundo tem de saber que os demónios existem!".
These are two of the people involved in #جريمه_الزرقاء let the world know their faces. I hope they all rot in hell pic.twitter.com/zNT6VOFyK5
— layann (@l_layanfaress) October 14, 2020
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